ARQUIVO GLOBAL – PARTICIPATION
A arte da participação
Qual é o significado de Arte Participativa, e porque havemos, nós artistas, de querer participar?
Arte participativa, é uma arte recente, evidenciada principalmente na efectivação de um tipo de arte contemporânea, mas também, no entendimento geral da história da arte, embora localizada numa arte que de alguma maneira tem um engajamento social e político. É também uma arte interventiva, alojando-se em comunidades, guiada por artistas que trabalham em grupos e com grupos, para uma interactividade comunitária, num campo que geralmente se revela ocupado por ambos.
A arte através dos seus principais causadores, os artistas, continua em permanente evolução, num constante desafio às suas próprias normas e às tradições mais consolidadas.
A arte colaborativa ou participativa é mais uma nova abordagem que se começa a desenhar no panorama artístico. Aqui a arte começa a ter uma utilização quase de serviço social, através de um tipo de activismo que se provoca, bastante visível, num contexto exterior ao dos meios museológicos, por exemplo, numa relação nitidamente em comunhão com a sociedade, que deverá ser entendida como uma viragem no panorama global da própria arte.
Estas novas praticas artísticas, no entanto, levantam uma série de questões, que interessa focar, principalmente: qual o papel do artista no contexto social e politico actual? A quem se destina afinal a arte que se produz? Que tipo de arte é que se produz? Ou ainda, que papel se deve atribuir à arte? O que é que a arte pode fazer, socialmente?
É chegada a altura de procurar para a arte colaborativa ou participativa novos modelos de enquadramento teóricos, práticos e de comunicação no contexto da arte contemporânea.
Não é difícil de fazer o enquadramento desta nova arte situada entre a pratica e a teoria, partindo de uma série de exemplos que já se centram nesta nova problemática, de arte engajada com a vida social e politica comum que rompe com o significado de fronteiras entre a arte e a vida onde ambas se confundem.
Existe actualmente uma nova critica da arte e uma série de teóricos que se debruçam há vários anos sobre estes novos temas, como Claire Bishop por exemplo, abrindo lugar a um debate sobre uma arte que se manifesta em espaços abertos, que convida a sociedade a sair do seu dia a dia e a criar estruturas comunitárias mesmo que temporárias, onde é abandonada a obrigatoriedade de a arte necessitar de um espaço como um museu ou uma galeria para que possa ser dada a conhecer. Podemos afirmar que a arte atingiu agora uma relação com a estética em que ambas deixaram de habitar diferentes espaços e passam a partilhar o mesmo, ou seja caminham lado a lado nesta nova problemática.
Rui Filipe Lopes - 09
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